quarta-feira, maio 06, 2015

OS SETE POVOS DAS MISSÕES.






                                           Resumo Sobre os Sete Povos das Missões.


      As reduções jesuíticas, também chamadas povos, doutrinas ou missões, eram povoados em que os padres da Companhia de Jesus (ou jesuítas) reuniam indígenas com o objetivo de convertê-los à religião católica e formar comunidades autossustentáveis.

Primeiras missões

A partir de 1588, jesuítas espanhóis estabeleceram as primeiras reduções indígenas no local em que hoje é a província paraguaia de Guairá. Em 1611, as aldeias sofreram um grande ataque de bandeirantes paulistas, que capturavam índios guaranis para vendê-los como escravos. Os ataques se repetiram, obrigando os padres a abandonar as reduções de Guairá.
Em 11 de março de 1641, agora usando armas de fogo, os guaranis impuseram grande derrota aos bandeirantes na batalha do M’Bororé (rio localizado na atual província argentina de Misiones). Livres dos “caçadores de índios”, os jesuítas expandiram as missões para a margem leste do rio Uruguai, onde hoje fica o estado do Rio Grande do Sul, no Brasil.

Os Sete Povos

As missões fundadas em território hoje pertencente ao Brasil fazem parte da última onda evangelizadora dos jesuítas na América do Sul. A primeira, São Luís de Borja, data de 1687. Vieram depois São Luís Gonzaga, São Nicolau, São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São João Batista e Santo Ângelo Custódio, a última, que é de 1707. Na época de maior prosperidade, cada uma dessas aldeias reunia, no mínimo, 2 mil habitantes. Muitas delas deram origem a cidades do Rio Grande do Sul.

Organização social

Os índios viviam em regime de economia coletivista (não havia propriedade privada), sob a direção de dois padres principais em cada povoado. A evangelização, ou catequese, era feita na língua guarani.
Muitos índios aprendiam ofícios (ferraria, carpintaria). Alguns recebiam educação artística (música, escultura). As mulheres cuidavam dos trabalhos domésticos e agrícolas. Jovens solteiros vigiavam os rebanhos (chamados vacarias). Os homens passavam por treinamento militar, sendo incorporados ao exército espanhol em caso de guerra. Os padres aplicavam castigos corporais nos relapsos e nos fugitivos.
As missões não constituíam um mundo fechado. Parte da produção (principalmente a erva-mate) era vendida fora das aldeias. Os guaranis também controlavam grandes rebanhos de gado espalhados pelo território que viria a se tornar o Rio Grande do Sul. Os índios pagavam impostos para a coroa espanhola. Eram, portanto, súditos do rei da Espanha e viam os brasileiros e os portugueses como inimigos.

A Guerra Guaranítica

Em 1750, tentando pôr fim a divergências que haviam causado muitos conflitos na região, Portugal e Espanha firmaram o Tratado de Madri.
Como parte do acordo, Portugal cedeu à Espanha a Colônia do Sacramento, fundada em 1680 pelos portugueses à beira do rio da Prata, no sul do atual Uruguai. Em troca, recebeu os Sete Povos das Missões. Induzidos pelos jesuítas, os nativos pegaram em armas para defender suas terras. Teve início, assim, a Guerra Guranítica, travada pelos índios e pelos padres contra as forças espanholas e as portuguesas ao mesmo tempo. O comandante das tropas indígenas era Sepé Tiaraju, chefe guarani que tinha o posto de alferes no exército espanhol.
Os missioneiros repeliram os primeiros avanços das forças adversárias. Porém, no verão de 1755, a maré da guerra começou a mudar. A 7 de fevereiro de 1756, após uma série de derrotas, cerca de 1.500 índios guaranis foram dizimados na batalha de Caiboaté (nas proximidades da redução de São Gabriel). Sepé Tiaraju morreu em combate.

Anexação dos Sete Povos ao Brasil

Em 1758, os jesuítas foram expulsos dos domínios espanhóis. Com isso, a população indígena se dispersou e as reduções entraram em decadência. O Tratado de Madri ficou sem efeito, até ser substituído pelo Tratado de Santo Ildefonso (1777), que devolveu a posse da região para a Espanha. Em 1801, teve início um novo conflito na Europa que envolvia Portugal e Espanha. Diante disso, José Francisco Borges do Canto, oficial do exército português nascido na vila de Rio Pardo (no Rio Grande do Sul), no comando de uma pequena tropa, invadiu as antigas reduções, derrotou os espanhóis e anexou definitivamente o território dos Sete Povos das Missões ao Brasil.

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